segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Entrevista com o Paulo Gustavo na época que ia ser lançado Hiperativo.

Paulo Gustavo

Ator estreia "Hiperativo" no Leblon em janeiro

Depois do sucesso “Minha Mãe é uma Peça”, há quase quatro anos em cartaz, Paulo Gustavo apresenta, a partir de 2 de janeiro, o espetáculo “Hiperativo” nos palcos da Sala Fernanda Montenegro, no Teatro do Leblon. Medo de avião, de não saber falar inglês, além de insegurança em relação à beleza são alguns dos temas do stand up. Dirigido por Fernando Caruso, o espetáculo quebra os paradigmas dos stand ups convencionais, com cenário despojado e personagens, e promete divertir o público mais uma vez.
Porque você acha que “Minha Mãe é uma Peça” faz tanto sucesso?
Acho que faz sucesso porque falo de uma coisa que é comum a todo o mundo. Todo o mundo tem essa figura dentro de casa, se não é a mãe é a avó e se não é a avó é a tia ou alguma pessoa que representou essa figura materna e a ligação mãe e filho. Todos se identificam com as reclamações e questões que ela tem e as coisas que ela se queixa. O filho vem e traz a mãe. A mãe vem e traz a tia, e quando você vê está a família toda na plateia. Até porque acho que “Minha Mãe é uma Peça” é um espetáculo para todas as idades. É um pouco um circo, que lota e a família toda vai.
“Hiperativo” e “Minha Mãe é uma Peça” têm alguma coisa em comum?
Tem a minha vontade de falar sobre mim, de dizer coisas pessoais. E, tanto em “Minha Mãe é Uma Peça” quanto em “Hiperativo”, falo com bastante propriedade sobre os assuntos. Em “Hiperativo”, o foco são as minhas neuroses, manias, toques, meus medos e minhas inseguranças, que é não me achar um cara bonito, ter medo de avião, medo de não saber falar inglês e isso me atrapalhar. Conto isso colocando muito humor na história. A platéia morre de rir, mas acaba que falo de questões pessoais mesmo, assim como em “Minha Mãe é Uma Peça”, em que quis homenagear a minha mãe. A peça não é uma biografia. Eu não tenho três irmãos, a história não é real, mas a relação da mãe com o filho, aquela relação doida, histérica, de falar da família, e a tia que é uma louca, aquelas mulheres fortes, que eu abordo bastante na peça, são coisas reais, coisas que eu realmente vivi. Minha psicanalista fala que não escrevi “Minha Mãe é uma Peça”, mas exumei. Mãe doida, histérica e preocupada todo o mundo tem.
Você já apresentou “Hiperativo” em outros palcos antes de chegar à Zona Sul, certo?
Apresentei em Niterói, onde nasci, porque amo a cidade. Morei dois anos no Leblon, mas não aguentei e acabei voltando para Niterói. Quem é de Niterói não consegue deixar de ser. Niterói é diferente. A temperatura, o cheiro, as pessoas, é uma coisa de interior, ao mesmo tempo tem mil programas para fazer, tem cinema, teatro, tem São Francisco que é lindo. E acho que o público de Niterói é um bom termômetro para o teatro, porque é um público que vai ao teatro. Os teatros da cidade estão sempre lotados. É um público que gosta de coisa boa e que não ri de qualquer coisa. É uma plateia ácida e inteligente. Depois apresentei no NorteShopping porque também é um público que gosta de comédia. Isso é outra coisa em comum nos meus trabalhos. Escrevo peças com conteúdo, e ao mesmo tempo populares, que cheguem a todo o mundo. Gosto sempre de dosar estas duas coisas.
E como foi a recepção?
Foi maravilhosa. Em Niterói, tive cadeira extra todos os dias. E no NorteShopping o teatro ficou dois meses lotado. Foi o máximo. Fiquei super feliz e estou muito confiante para estrear na Zona Sul.
É difícil estrear uma nova peça depois de quase quatro anos fazendo um sucesso enorme?
É difícil porque o público espera alguma coisa tão boa quanto “Minha Mãe é Uma Peça”. Dá certa angústia e ansiedade, insegurança, mas estou feliz e acho que vai dar tudo certo. Já ouvi comentários de pessoas que gostaram mais de “Hiperativo” do que de “Minha Mãe é uma Peça” e fiquei com ciúme na hora que falaram isso, mas opinião é opinião.
E como surgiu a parceria com o Caruso?
O “Hiperativo” é um stand up comedy e eu queria colocar para dirigir o espetáculo uma pessoa que fosse mergulhada no assunto. O Caruso respira stand up. Ele faz o “Zenas Improvisadas”, faz a peça dele solo, faz o “Comédia em Pé”, está sempre envolvido com stand up. Então resolvi chamar. O Caruso é um cara que eu assisto e que morro de rir. Ele é ótimo, divertidíssimo.
O stand up é um gênero que está em evidência agora, na moda. Qual é o diferencial do seu espetáculo?
Dizem que o stand up tem uma regra: não pode ter cenário, figurino e nem personagem. E no meu quebro tudo isso. Faço o personagem, não tenho figurino, mas tenho cenário. No começo do espetáculo, entro num palco giratório igual ao da Madonna. Outro diferencial é que não fico contando piada, mas minhas histórias pessoais.
E quais são seus próximos projetos?
No teatro, meu projeto é esse, “Hiperativo”. Na televisão, tenho dois pilotos, um deles de comédia com a Danielle Winits, mas ainda não posso dar mais detalhes.

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